Críticas surgem após paralisação de obra de coreto em Canelinha

A construção de um coreto no Parque Municipal de Canelinha, orçada em R$ 194.040,00, iniciou nesta quinta-feira (9), mas foi suspensa poucas horas depois. O motivo: insatisfação de moradores, arquitetos e autoridades quanto à localização escolhida, considerada por muitos prejudicial à paisagem e à história do patrimônio local.

O que está em jogo

  • O local exato escolhido para o coreto obre obstáculos visuais importantes, especialmente da Casa Sant’Anna, um casarão histórico que é cartão-postal de Canelinha.
  • A Casa Sant’Anna já foi completamente restaurada, tombada como patrimônio histórico, reaberta ao público como museu em 2019, e hoje é referência cultural do município. Canelinha+2Wikipédia+2
  • A instalação do coreto naquele ponto também poderia comprometer a harmonia estética do parque, que integra a arquitetura histórica, o paisagismo e a vista panorâmica da Casa Sant’Anna.

Críticas recebidas

  1. Desrespeito ao patrimônio histórico: A Casa Sant’Anna tem valor simbólico e arquitetônico. Colocar uma estrutura grande (o coreto) em frente ou muito próxima a ela sem avaliar impacto visual pode depreciar a importância histórica do casarão.
  2. Ruído visual: A paisagem urbana incluiu, ao longo do tempo, vistas livres do casarão, jardins, árvores e áreas abertas. O coreto, dependendo do tamanho, estilo, cobertura ou cor, pode romper esse protagonismo.
  3. Procedimento participativo: Moradores questionam se houve consulta pública ou discussão com a comunidade, arquitetos e órgãos de patrimônio para definir o local. A ausência de participação pode gerar resistência.
  4. Gestão de recursos públicos: Com valor próximo de R$ 200 mil, há expectativa de que projetos que envolvem verba pública sejam feitos com planejamento rigoroso, transparência e previsibilidade, não apenas com execução imediata seguida de paralisação.
  5. Impactos práticos: Além da vista, há preocupações sobre circulação, acessos, sombra, acústica, manutenção, eventuais interferências em eventos ou logísticas do parque.

O que poderia ter sido feito

  • Estudos prévios de visibilidade e impacto paisagístico: utilizar maquetes, simulações 3D para ver como ficará a visão da Casa Sant’Anna com a nova estrutura.
  • Consulta pública ou audiência: ouvir moradores, especialistas em patrimônio, urbanismo, cultura.
  • Definir locais alternativos: talvez posicionar o coreto em parte do parque que cause menor interferência com vistas ou com o entorno do casarão.
  • Garantir que estilo arquitetônico do coreto converse com o estilo da Casa Sant’Anna, inclusive materiais, cores, altura, forma.

Reflexo da paralisação

  • A paralisação mostra que houve falha no planejamento ou na comunicação entre governo local e sociedade.
  • Serve como alerta para outras obras semelhantes: qualquer intervenção pública em espaços com patrimônio histórico deve prever impactos visuais e simbólicos.
  • Pode gerar desconfiança da população em iniciativas futuras, no que tange a transparência e cuidado.

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